Este vídeo japonês trata-se de uma animação independente de
Ryo Kawakami.
O autor é responsável pela Direção, Montagem e Musica.
O vídeo é dedicado a uma criança chamada “Hisashi”.
O autor fala que se inspirou no caso da sua própria mãe que teve um
aborto. Consequentemente todos os personagens são inspirados em
pessoas reais. Ele fica muito contente que seu trabalho toca
profundamente as pessoas. Eu mesma mandei uma mensagem para o autor agradecendo e elogiando o trabalho e o próprio respondeu dizendo que fica feliz por eu ter gostado. Aliás o autor responde a quase todos os comentário, eu enviei o comentário em inglês e ele respondeu.
Compartilhei este vídeo no grupo fechado do "Sobreviver: Apoio a Perda Gestacional ou Recém-nascido" e as mães se
emocionaram muito.
Descrição do vídeo segundo o autor:
O menino nasceria desta mãe e seria o irmão mais velho da menina. A
irmã solitária não consegue reconhecer o menino como um fantasma.
Ele fica cuidando da família sempre. A medida que a irmã
cresce as oportunidade de se encontrar em perigo aumentam e o Mizuko
ajuda a irmã inesperadamente. A irmã começou a ver o irmão como
um protetor.
Não deixem de conferir outras criações de Ryo Kawakami no seu
canal no You Tube: River Up
O vídeo tem poucas falas, portanto não é de difícil entendimento.
Há apenas uma fala do professor da creche que pede para a menina
(Nana chan) terminar de brincar e guardar o brinquedo. No mais o
vídeo faz qualquer um chorar de emoção. Assistam que vocês entenderão!
Algumas considerações sobre o vídeo:
O vídeo mostra a interação da alma de um Mizuko com sua família,
ele os protege, principalmente a irmã. O pai não interage
muito, pois na cultura japonesa a responsável pela educação dos
filho é a mãe e ela interage mais com os filhos ficando o homem
responsável pelo sustento da casa. Apesar disto notamos a
participação do pai principalmente quando reza pelo filho.
A parte que não entendi muito foi quando o mizuko deita no pé da
estátua, pensei ser uma estátua de Kannon, mas pelo guarda-chuva não
é.
A história se passa na época dos festejos do “Dia dos Meninos”
por causa dos “Koinobori” (birutas em forma de peixe)
pendurados na rua, festejo este muito importante para as famílias
que possuem filhos homens, pois o menino carrega a sucessão do nome
da família e é responsável por ela quando os pais ficam velhos,
principalmente o primogênito, no caso do vídeo o mizuko seria o
primeiro filho homem do casal.
Quando a alma do mizuko salva a irmã e aparece para a mãe, esta se
lembra da gravidez na qual perdeu o filho e do ritual de Mizuko Kuyo
em sua homenagem. Neste ritual os pais vestem uma estátua de Jizo em
forma de criança com uma capinha vermelha (pode ser um gorrinho e um
babador também), isto faz ela associar o espírito daquela criança
ao filho que ela perdeu durante a gestação. Notem que o menino esta
sempre com uma capinha vermelha.
No Japão o culto aos ancestrais é levado muito a sério. É de tanta
importância que um dos feriados mais importante para os japoneses é
os festejos de finados (Obon) em que familiares viajam para visitar
parentes e homenagear antepassados inclusive com danças (Bon odori).
Muitos japoneses tem um altar (botsudan) em casa para cultuar seus
antepassados. É de tanta importância que consideram os familiares
falecidos como “guardiões” da família. No caso do vídeo o
mizuko se tornou um guardião da sua família.
Impressões sobre o vídeo:
Muitas mães de anjo que assistiram a este vídeo relataram que já
sentiram como se seus anjinhos os guardasse e interagisse com a
família. Isto ressalta que realmente um filho perdido numa gestação
não é substituído por um filho arco-íris. Se pode viver a
maternidade (ou paternidade) após uma perda gestacional sem esquecer
o filho que se foi.
Outra coisa que chamou minha atenção, li os comentários de vídeo e há relatos de mães
japonesas que tiveram perda gestacional, todas elas se emocionam com
o vídeo, algumas dizem que não pararam de chorar. Vejam que
independente da cultura a perda de um filho na gestação é sempre
sentida pelos pais. Portando mães de anjo, se você se sente
sozinha, saiba que no outro lado do mundo tem uma mãe chorando,
sentindo dor semelhante, por seu bebê.
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