quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Perder um filho, a chicotada que doeu osso (ou na alma)


Boa tarde mães.

Hoje quero dividir um aprendizado com vocês. Este ensinamento é muito pertinente já que nós mães de Mizuko (anjos, estrela) lidamos tanto com esta questão, O Sofrimento.
Esta história de Buda é interessante, e me fez refletir muito sobre o aprendizado da dor, sofrimento, compaixão e empatia.

Certa vez quando discursava Buda falou da história dos 4 cavalos.

Existem quatro tipos de cavalos:

O primeiro anda só de ver a sombra do chicote;
O segundo anda quando o chicote toca a pele;
O terceiro quando o chicote machuca;
O quarto anda quando a chicotada dói no osso.

Notei que para as questões de dor e sofrimento as vezes agimos como um destes cavalos. Por exemplo: alguns se sensibilizam somente de tomar conhecimento do sofrimento, outros quando veem alguém sofrer, outros quando veem alguém que amam sofrer, outros quando sente na pele o sofrimento. Existem pessoas que para exercer a empatia precisam primeiro sentir na pele.

Temos que ter muita compaixão com aqueles que insistem em aprender da forma mais difícil, pois se tiverem que aprender, vão aprender da pior forma.

Acredito que cada mãe que perdeu um filho aprendeu muito sobre a dor, e da forma mais difícil. Acho que na minha vida nada doeu tanto quanto perder um filho. Pra mim esta foi a "chicotada que doeu no osso". Foi só assim que entendi de verdade a dor de uma tia minha que enterrou um filho. Não que antes eu não me sensibilizasse com a dor dela, mas hoje eu entendo porque o seu luto não acaba.

Ao entender que alguns são relutantes no aprendizado da dor, consegui lidar melhor com relação as questões de falta de empatia. Não sinto mais tanta raiva quando percebo que alguém é incapaz de me entender. Existem pessoas e pessoas neste mundo, não perco mais meu tempo com as que só aprendem da pior forma.

Não quero com isto dizer que não vale a pena esclarecer sobre a perda gestacional e neonatal, não podemos deixar de fazer isto porque existem aqueles que “o chicote tem que doer no osso”, mesmo porque ainda existem os que “aprendem com a sombra”. Que possamos esclarecer mostrando o nosso exemplo para que ninguém tenha que aprender da pior forma.


As mães eu digo, a compaixão é um bom antídoto, que possamos exerce-la para tonar nossa caminhada (dharma) mais leve. Principalmente a compaixão com os “cavalos mais teimosos”.
 
Gassho!  _/|\_






Vídeo complementar:






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