terça-feira, 27 de agosto de 2019

Little Spirit Garden, um memorial inspirado no Mizuko-kuyo


Que linda iniciativa no Canadá!

Hoje de manhã me deparo com esta reportagem (link, link, link). Achei lindo e inspirador. Espero que esta ideia inspire mais pessoas no mundo e que a compaixão com todos os seres seja realmente posta em prática, inclusive com aqueles que não tiveram tempo ou tamanho suficiente para serem considerados dignos de lembrança. Pois como já falei em outros posts, algumas pessoas (a maioria infelizmente) ainda mensura o sofrimento alheio a ponto de julgar o quanto e pelo que é permitido sofrer. Os filhos são amados desde o primeiro instante, desde o positivo já fazem parte da família.





Segue-se abaixo trechos da reportagem:

O jardim, chamado de Little Spirits Garden (“Jardim dos Pequenos Espíritos”, em tradução livre), foi projetado pelos arquitetos paisagistas canadenses Bill Pechet e Joseph Daly. O projeto é inspirado em uma tradição budista conhecida como Jizo – o costume de criar uma pequena estátua em homenagem a uma criança morta. No Japão, onde Pechet viveu durante dois anos, as estátuas ficam em templos, que contam com cemitérios em anexo dedicados a elas. Durante as festividades, os japoneses costumam enfeitá-las com acessórios.
Achei tão inspirador, tão terno e bonito ver essas criações. Fiquei impressionado com o senso de grandeza quando eram exibidas juntas em ocasiões especiais, mostrando uma perda coletiva na sociedade”, explicou ele à BBC. Inspirado pela tradição, o arquiteto decidiu criar uma versão que abraçasse a pluralidade do Canadá. Para Pechet, o espaço precisaria ser um espaço ecumênico e as estátuas teriam que dar lugar a um símbolo universal capaz de abraçar todas as crenças. A sua escolha foi uma casa. “A casa é um símbolo universal de proteção e não é sectário”.
O jardim foi inaugurado em 2012 e está localizado em um terreno no Royal Oak Burial Park, um cemitério de Victoria, em British Columbia. As casas, chamadas de “casas dos espíritos”, são feitas de concreto pré-moldado, com pequenos talhos, para que possam crescer musgos sobre ele.

Sempre digo que rituais como a do Mizuko-kuyo podem ser adaptados para outras culturas e crenças. No Canadá fizeram isto muito bem. Todos nós somos amontoados de células que tiveram sucesso. Não consigo conceber a ideia de que um filho precisaria "nascer" para poder ser digno de respeito. Todos os seres merecem respeito.

Gassho.



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